Carla Gomes
Celular: (21) 98749-8541
e-mail: africana@hotmail.com
Quando eu nasci a vida me disse: Você é mulher, negra, feia e pobre ! Quatro a zero pra mim, agora corre atrás ! Entendi que sou mulher. Mas não sou fraca. Vi, no fato de ser negra, uma causa pra eu lutar. Ser feia??? Vai depender do ponto de vista. E o fato de ser pobre, é só uma questão de tempo!
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
Biografia
Carla Gomes, 34 anos,
solteira, brasileira, nasceu em 13 de dezembro de 1979, no bairro de Bangu no
estado do Rio de Janeiro.
Aos 26 anos fundou o primeiro grupo de jongo da Zona Oeste (Cia. Folclórica
Jongo Banto), conhecida hoje como: "Cia. Banto" que tem por finalidade, pesquisa danças e outras
manifestações do folclore brasileiro. Atualmente
é dançarina, cantora, compositora, professora de Educação Física, pós graduada
em História da Cultura Afro Brasileira.
Sempre participou de movimentos em prol da
igualdade étnica. E apesar de ser Evangélica preserva suas raízes
africanas.
É militante da cultura afro
brasileira no intuito de corrigir a desigualdade social causada pela época da
escravatura, e que deixaram sequelas em nosso povo até os dias atuais.
Estórias Infantis
PINTO
PINTILDO PINTADO
(Autora: Carla Gomes)
Pintildo não era preto
Pintildo não era branco
Nem tampouco dourado
Pinto, Pintildo era pintado
Não brincava com os pintos pretos
Não podia brincar com os brancos
Nem tão pouco com os dourados
Pintildo era discriminado
Quando Pintildo errava
Muitos pintos o xingavam
—Seu pintado! Seu pintado
Pintildo ficava desconsolado
Uns pintos piavam piano
Pintildo gritava:—Tô fraco
Todos debochavam dele,
Falavam que ele vivia cansado
Só porque era pintado
Uns chamavam Pintildo de feio
Outros de desajeitado
Tratavam ele com indiferença
Só por que era pintado
Um dia o professor pinto disse
Que Pintildo não era feio
E nem era desajeitado
Explicou que ele era um capote
E por isso que era pintado
A pintarada entendeu
Que Pintildo não era esquisito
Existe: pinto, pardal, quero quero
Galinha, beija flor, capote e periquito
Assim como as pessoas
As aves não são iquaizinhas
Cada um é de uma cor
E pinto Pintildo tinha bolinhas
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
domingo, 27 de janeiro de 2013
Fotos COM Artistas
Luiz Melodia e Carla Gomes
Carla Gomes e Jorge Ben Jor
Carla Gomes e Jorge Ben Jor
Carla Gomes e Elza Soares
Zezé Motta e Carla Gomes
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Pensamentos e Poesias
Em breve será lançado o livro : "Olhar negro " com pensamentos e poesias de Carla Gomes
NÃO VOU FALAR
CORPO DE UMA NEGRA
NÃO VOU FALAR
(Autora: Carla Gomes)
Não
vou falar de dor, nem de luta, nem de tristeza,
nem
de trajédia, nem de injustiça, nem de
perda,
nem
de pranto, nem de guerra, nem de morte e nem de fome
...
Os
meus antepassados
já
representaram muito bem tudo isso.
DESCANSO
DO NEGRO
(Autora:
Carla Gomes)
Dos
porões fétidos dos navios
O
jogo começava
Ouve-se
a voz da capoeira
Mas o
jogo não parava
Seu
destino não pode escolher
Sufocado
num grito de revolta
O
capoeira gritava, ie !
Mas o
jogo continuava.
E era
num rompante
Que o
negro fugia
Não
era por covardia
É que
nem a própria dor suportava
O
tanto que o negro sofria
De
hoje esse negrinho não passa !
Ele
vai ter que me pagar
Já
decidi o seu destino
Vai
morrer de tanto apanhar.
E a
morte abraçou o negro
Com
um olhar brando e manso
Pro branco era vingança
Pro
negro era descanso.
PRECONCEITO
VELADO
(Autora: Carla Gomes)
Hoje
é fácil falar de igualdade, difícil mesmo é se sentir igual em um mundo de
lobos com pele de carneiro, onde o preconceito grita e tem seu grito abafado
pelo som hipócrita do 20 de novembro. Aonde a consciência reside apenas na cabeça
de poucos negros que insistem em não frustrar a memória de Zumbi.
CORPO DE UMA NEGRA
(Autora: Carla Gomes)
O
corpo de uma mulher negra
Não
se detêm nas curvas, das mentes turvas
Nem
na ânsia, de quem valoriza a protuberância
E nem
mesmo no seu gingado, carregado, de elegância,
O
corpo de uma mulher negra,
Não
se compõe com um andar, que ofende as beatas
Nem
se reduz nas mamas fartas,
Não
se prende a um olhar encantador,
E
menos ainda, num sorriso sedutor,
O
corpo de uma mulher negra
É
estabelecido, pela alma
Que
hora é tsunami,
E
hora é brisa calma
Não
se abate aos grilhões
Luta,
briga, grita, aguenta
Não se
entrega nos primeiros pontos
E não
chora quando a dor aumenta
Não
deixa um dos seus, ferido na guerra
Volta
e pega. Aos tapas ou negocia
Enxuga as lágrimas com a costa das mãos
Pra
renovar suas energias
Divide até o que não tem
Não
deve nada à ninguém
Faz
guerra em tempos de guerra
E faz
amor quando lhe convém
O
corpo de uma mulher negra
É
sagrado, é imortal
Para
alguns abutres e loucos
Mero
símbolo sexual
Mas o
corpo de uma mulher negra
É
feito de alma
É a
casa de uma guerreira, que não conhece fronteira
Quando
tem um ideal.
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